Louis
Althusser
(Birmandreis, 1918 - Paris, 1990)
Vida
Louis
Althusser nasceu na Argélia (colônia francesa na época ) em 16 de outubro de 1918,. Recebeu esse nome
como homenagem a um tio paterno que morreu na 1ª Guerra Mundial. Esse tio teria
sido o grande amor de sua mãe, que só se casou com seu pai após o falecimento
do amado e para cumprir o que se esperava de uma jovem naquele tempo.
Esta
história acabou tendo enorme influência em sua personalidade, pois
quando soube passou a se sentir um mero “substituto” do falecido e este
sentimento lhe causou graves danos
psicológicos e sequelas severas, sendo
tratado até com eletrochoques, quando adulto. Estes danos psicológicos, no entanto, não
afetaram a sua inteligência sendo destacado como um aluno excepcional desde o
inicio dos estudos.
Seu pai, Charles Althusser, era
bancário: iniciou a carreira como contínuo e, ao se aposentar, ocupava a
vice-diretoria do banco na cidade de Lyon. Sua mãe, Luciene Berger era
professora, mas ao se casar deixou de exercer a profissão para cuidar dos
filhos. A família de Louis Althusser se completava com sua irmã mais nova,
Georgette.
Althusser viveu sua infância na
capital da Argélia, de lá mudando-se para Marseille, em 1930, em função de seu
pai haver recebido uma promoção e ter sido transferido. Nesta cidade ele fez
seu curso secundário no Liceu Saint-Charles, e lá vivendo até 1936.
De
Marseille mudou-se para Lyon (novamente seu pai tinha sido transferido), onde
fez o curso preparatório, no Liceu do Parc, para a Escola Normal Superior. Em
1937, aderiu ao “Movimento da Juventude Catolica” e em agosto de 1939, foi aceito na célebre
École Normale Supérieure, ENS, em Paris. Apesar de aprovado, Althusser não
ingressou devido à convocação para servir, como soldado, na guerra que havia
iniciado. Como vários outros, caiu prisioneiro e permaneceu cativo num Campo de
Concentração até o Armistício. Todavia, ao contrario dos colegas, essa condição
não o entristeceu e ao contrário dos outros soldados que fugiam para voltar à
luta, como fez, por exemplo, SARTRE, ele se acomodou ao cativeiro, embora isso
lhe causasse, posteriormente, muita vergonha pela covardia. Na prisão tomou
contato com o marxismo através do francês Pierre Corrèges.
Após a beligerância, ALTHUSSER voltou
à École Normale Supérieure, mas novamente seus estudos tiverem que ser
interrompidos. O inimigo, agora, eram os abalos em sua saúde mental que lhe
impediam de estudar normalmente.
A
própria Escola reconheceu suas dificuldades e lhe foi solidária, permitindo-lhe
residir em seu quarto na Enfermaria, onde, aliás, ele viveu por décadas, saindo
apenas para ser internado em Hospitais nos piores períodos de sua enfermidade.
Mas, não obstante as dificuldades, em 1948, ele conseguiu se formar e se tornou
Professor na mesma. Nessa instituição
trabalhou mais de trinta anos como professor e secretário. E foi nela que
conheceu Georges Lesèvre, um ex-aluno de Lyon. Assim como ele, Lesèvre
atrasara-se no ingresso da escola, por ter participado da resistência francesa
durante a guerra.
Através de Lesèvre, Althusser entra na
juventude republicana e, também por meio dele, conhece Hélène Rytmann,
socióloga e militante comunista que participara igualmente da resistência
francesa. Hélène, oito anos mais velha do que ele viria a ser sua esposa.
É na Escola Normal que sua vida
intelectual foi construída e desenvolvida, como também encerrada, com o trágico
episódio de 1980, o assassinato de Hélène.
Hélène Rytmann, foi sua companheira
até 16 de novembro de 1980, quando foi estrangulada pelo próprio Althusser, num
surto psicótico. As exatas circunstâncias do ocorrido não são conhecidas - uns
afirmam ter se tratado de um acidente; outros dizem que foi um ato deliberado.
Althusser afirma não se lembrar claramente do fato, alegando que, enquanto
massageava o pescoço da mulher, descobriu que a tinha matado. A justiça considerou-o
inimputável no momento dos acontecimentos e, em conformidade com a legilação
francesa, foi declarado incapaz e inocentado em 1981.
Louis Althusser morreu de ataque
cardíaco em 22 de outubro de 1990, aos 72 anos.
Louis Althusser e sua esposa Hélène Rytmann em 1980, ano de seu assassinato
Nenhum comentário:
Postar um comentário