sábado, 27 de setembro de 2014

Biografia de Louis Althusser


Louis Althusser


(Birmandreis, 1918 - Paris, 1990)


Vida 



  Louis Althusser nasceu na Argélia (colônia francesa na época )  em 16 de outubro de 1918,. Recebeu esse nome como homenagem a um tio paterno que morreu na 1ª Guerra Mundial. Esse tio teria sido o grande amor de sua mãe, que só se casou com seu pai após o falecimento do amado e para cumprir o que se esperava de uma jovem naquele tempo.

Esta  história acabou tendo enorme influência em sua personalidade, pois quando soube passou a se sentir um mero “substituto” do falecido e este sentimento  lhe causou graves danos psicológicos e sequelas severas, sendo  tratado até com eletrochoques, quando adulto.  Estes danos psicológicos, no entanto, não afetaram a sua inteligência sendo destacado como um aluno excepcional desde o inicio dos estudos.

Seu pai, Charles Althusser, era bancário: iniciou a carreira como contínuo e, ao se aposentar, ocupava a vice-diretoria do banco na cidade de Lyon. Sua mãe, Luciene Berger era professora, mas ao se casar deixou de exercer a profissão para cuidar dos filhos. A família de Louis Althusser se completava com sua irmã mais nova, Georgette.

Althusser viveu sua infância na capital da Argélia, de lá mudando-se para Marseille, em 1930, em função de seu pai haver recebido uma promoção e ter sido transferido. Nesta cidade ele fez seu curso secundário no Liceu Saint-Charles, e lá vivendo até 1936.

De Marseille mudou-se para Lyon (novamente seu pai tinha sido transferido), onde fez o curso preparatório, no Liceu do Parc, para a Escola Normal Superior. Em 1937, aderiu ao “Movimento da Juventude Catolica” e  em agosto de 1939, foi aceito na célebre École Normale Supérieure, ENS, em Paris. Apesar de aprovado, Althusser não ingressou devido à convocação para servir, como soldado, na guerra que havia iniciado. Como vários outros, caiu prisioneiro e permaneceu cativo num Campo de Concentração até o Armistício. Todavia, ao contrario dos colegas, essa condição não o entristeceu e ao contrário dos outros soldados que fugiam para voltar à luta, como fez, por exemplo, SARTRE, ele se acomodou ao cativeiro, embora isso lhe causasse, posteriormente, muita vergonha pela covardia. Na prisão tomou contato com o marxismo através do francês Pierre Corrèges.

Após a beligerância, ALTHUSSER voltou à École Normale Supérieure, mas novamente seus estudos tiverem que ser interrompidos. O inimigo, agora, eram os abalos em sua saúde mental que lhe impediam de estudar normalmente.

A própria Escola reconheceu suas dificuldades e lhe foi solidária, permitindo-lhe residir em seu quarto na Enfermaria, onde, aliás, ele viveu por décadas, saindo apenas para ser internado em Hospitais nos piores períodos de sua enfermidade. Mas, não obstante as dificuldades, em 1948, ele conseguiu se formar e se tornou Professor na mesma.  Nessa instituição trabalhou mais de trinta anos como professor e secretário. E foi nela que conheceu Georges Lesèvre, um ex-aluno de Lyon. Assim como ele, Lesèvre atrasara-se no ingresso da escola, por ter participado da resistência francesa durante a guerra.

Através de Lesèvre, Althusser entra na juventude republicana e, também por meio dele, conhece Hélène Rytmann, socióloga e militante comunista que participara igualmente da resistência francesa. Hélène, oito anos mais velha do que ele  viria a ser sua esposa.

É na Escola Normal que sua vida intelectual foi construída e desenvolvida, como também encerrada, com o trágico episódio de 1980, o assassinato de Hélène.

Hélène Rytmann, foi sua companheira até 16 de novembro de 1980, quando foi estrangulada pelo próprio Althusser, num surto psicótico. As exatas circunstâncias do ocorrido não são conhecidas - uns afirmam ter se tratado de um acidente; outros dizem que foi um ato deliberado. Althusser afirma não se lembrar claramente do fato, alegando que, enquanto massageava o pescoço da mulher, descobriu que a tinha matado. A justiça considerou-o inimputável no momento dos acontecimentos e, em conformidade com a legilação francesa, foi declarado incapaz e inocentado em 1981.

Louis Althusser morreu de ataque cardíaco em 22 de outubro de 1990, aos 72 anos.


Louis Althusser e sua esposa Hélène Rytmann em 1980, ano de seu assassinato




                                                                       

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Louis Althusser

                                                                    Louis Althusser